As semanas 2 e 3 de Janeiro observaram grande mobilidade.
O estudo Painel PSE permite aferir a mobilidade dos portugueses, de forma contínua no tempo, hora após hora. Este estudo avalia também o nível de “Confinamento do Lar”, quantificando as pessoas que não saíram da sua residência durante um determinado dia.
As mais recentes informações do Painel PSE de Mobilidade apontam para as seguintes conclusões:
- A recomendação das autoridades para haver contenção na última semana de 2021 e na primeira de 2022 foi globalmente acatada pela população portuguesa, com cerca de 40% da população sem sair de casa nos dias úteis. E também com o Índice de Mobilidade PSE a registar valores cerca de 10 a 12 pontos abaixo dos valores normais de mobilidade.
- Na segunda e terceira semana de 2022 os valores de mobilidade foram crescendo registando-se mesmo uma mobilidade 5 a 10 pontos acima dos valores da mobilidade normal, pré-pandemia.
- Recordamos que o Índice de Mobilidade PSE tem uma base 100 que representa os valores normais pré-pandemia, em concreto em janeiro e fevereiro de 2020. Podemos observar a evolução deste Índice de Mobilidade PSE, dia a dia, no gráfico seguinte:
Fonte: PSE, Painel de Mobilidade de 3/1/2022 a 21/1/2022
As barras vermelhas indicam o fim de semana, período onde a mobilidade é tradicionalmente menor, indicando-se a azul os dias úteis.
A linha de tendência é claramente crescente desde o dia 7 de janeiro, data onde a mobilidade obteve o valor 100, ou seja, já igual aos valores normais pré-pandemia. As últimas duas semanas em análise apresentam, nos dias úteis, valores superiores a 100, variando entre 105 e 110, o que significa que a população portuguesa está já a ter um nível de mobilidade acima do que acontecia antes da pandemia. Em termos médios, 8% acima do valor pré-pandémico.
Isto acontece, entre outros fatores, porque o fator teletrabalho tem, curiosamente, um efeito potenciador do número de km percorridos pela população. As deslocações são, neste contexto, mais diversas, havendo um número de viagens superior ao que se via antes da pandemia. Ou seja, enquanto antes da pandemia a maioria da população ativa fazia sobretudo percursos casa-trabalho-casa, hoje há uma maior diversidade de razões para fazer deslocações e vemos também uma maior flexibilidade de horários para essas deslocações. Tudo isso combinado resulta em maior mobilidade, no período desta análise.
Em resumo, temos períodos de hora de ponta menos intensos, maior mobilidade realizada nos períodos entre as horas de ponta e globalmente mais quilómetros percorridos em resultado de tudo isto. Em especial nos dois principais centros urbanos, Grande Lisboa e Grande Porto.
Nota Metodológica
INTRODUÇÃO:
Este estudo produz, desde 2019, dados que são aplicados, sobretudo, na aferição de audiência da publicidade exterior, mas também para auxiliar as câmaras municipais no ordenamento do território e na gestão de mobilidade e dos transportes. E ainda em estudos comportamentais de mobilidade e de “shopper”, para outras empresas e entidades. Os dados são continuamento produzidos, dia após dia.
NOTA TÉCNICA:
Este estudo é o painel da PSE, com recolha de dados contínua através de monitorização de localização e meios de deslocação via aplicação móvel de um painel de 3670 indivíduos representativos do Universo com mais de 15 anos, residente nas regiões do Grande Porto, Grande Lisboa, Litoral Norte, Litoral Centro e Distrito de Faro. Este estudo implica uma APP instalada nos telemóveis da amostra participante. Assim monitorizamos a deslocação real da população, em cada hora do dia. Este estudo é realizado 24 horas por dia. Os dados são obtidos de forma rigorosa, via GPS e com o consentimento da amostra monitorizada. Para um universo de 6.996.113 indivíduos residentes nas regiões estudadas a margem de erro imputável ao estudo é de 1.62% para um intervalo de confiança de 95%.